quinta-feira, 29 de maio de 2008

Geologia do Maio



A ilha do Maio faz parte de um grupo de ilhas tidas como as mais antigas de Cabo Verde – Maio, Boavista e Sal. As três ilhas orientais do arquipélago são praticamente aplanadas, resultando o facto, em parte, da submersão das ilhas (permitindo a formação de extensos terraços de abrasão, muitos deles cobertos mais tarde por sedimentos). Na parte interior das ilhas, o aplanamento, ainda incompleto, parece devido à acção das chuvas (escassas, mas torrenciais), ao longo de milhares de anos.

Na ilha do Maio aparecem calcários Cretácicos com amonites. Estes sedimentos sofreram importantes deslocações tectónicas: as camadas estão, agora, em geral, muito inclinadas, às vezes quase verticais. Parecem formar uma cintura em volta da ilha; para o interior há, primeiro, zonas de fractura e, depois, um complexo eruptivo antigo que inclui lavas filões de aspecto basáltico e algumas intrusões de sienito, diorito, etc.). A erosão cortou a parte superior da estrutura (ver figura). Quando os calcários e o complexo eruptivo central atingiram a superfície, ficaram sujeitos ao ataque da erosão pluvial marinha. Depois parece ter havido actividade vulcânica moderada, o magma subiu através da zona fracturada que circundava o complexo eruptivo inicial, os produtos extrusivos consistem em mantos de lavas de hábito basáltico e, possivelmente, camadas de tufo.
No fim do Terciário parte da ilha esteve novamente submersa, depositando-se camadas horizontais de calcários fossilíferos, hoje elevados até altitudes de 100m.


As fracas altitudes excluem a possibilidade de chuvas do tipo orográfico, motivo pelo qual as ilhas têm aspecto extremamente árido.


O mar forma extensas praias areia calcária (que é depois transportada pelo vento, formando dunas).


Bibliografia: Machado, Frederico, Geologia das Ilhas de Cabo Verde, Lisboa, Agrupamento Científico, 1967, pp.25

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